domingo, 31 de julho de 2011

QUE ESCOLA TEM NO CAMPO, E QUAL A ESCOLA IDEAL PARA O CAMPO.

As origens do município de Medicilândia têm a ver com o Programa de Integração Nacional/PIN, instituído no ano de 1970 e implantado, a partir de 1971, pelo Governo Federal. O objetivo do PIN era o de desenvolver um grande programa de colonização dirigida na Amazônia, trazendo trabalhadores sem terra de diversos pontos do Brasil, em especial do Nordeste. O município de Medicilândia está situado no trecho da Rodovia Transamazônica da BR 230, entre Altamira e Itaituba no Pará.
Com o acontecimento da colonização a população foi crescendo a cada ano, e quando o município foi emancipado começou a desenvolver uma política de assistência aos moradores da região. Entre algumas ações desencadeadas pelo governo do Estado e município no atendimento à população, está incluída a educação. E nesse contexto, surgem vários problemas relacionados à rede pública de ensino; de início como principais problemas pode-se apontar; a falta de infra-estrutura nas escolas, qualificação dos servidores na educação, e falta também estradas para facilitar a mobilização e articulação no processo ensino-aprendizagem nas escolas do campo.
  Se compararmos a época da colonização, e a realidade que se encontra hoje o município, nota-se uma redução dos problemas. Mas falta muito para o município de Medicilandia alcançar a qualidade de vida que todos esperam de acordo com a legalidade. E referindo a educação do campo percebe-se que os problemas encontrados são freqüentes e crescentes devido às escolas adotarem medidas isoladas e sem articulação. Segundo o Art.10 da Resolução CNE/CEB 1, DE ABRIL DE 2002;
O projeto institucional das escolas do campo, considerando o estabelecido no artigo 14 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), garantirá a gestão democrática, constituindo mecanismos que possibilitem estabelecer relações entre a escola, a comunidade local, os movimentos sociais, os órgãos normativos do sistema de ensino e os demais setores da sociedade. (BRASIL/2002) pg.1.
As escolas do campo no município de Medicilândia têm sofrido bastante com relação às normativas estabelecidas pelo poder público, porque todas as escolas sem exceção seguem um único PPP (plano político pedagógico) da escola pólo da cidade. Isso demonstra que o modelo educacional do município é igual para todos, significa então que as escolas do campo estão desvinculadas de suas realidades. Sabe-se que o sujeito do campo precisa estar inserido e atento ao desenvolvimento do campo e também da cidade, para poder consolidar as duas modalidades de vida; na zona rural e na zona urbana. No PARECER CNE/CEB Nº 23/2007, no parágrafo 8 afirma;
Não se trata, é claro, da idéia errônea de pretender fixar o homem rural no campo, uma vez que o processo educativo deve criar oportunidades de desenvolvimento e realização pessoais e sociais; trata-se, entretanto, de trabalhar sobre as demandas e necessidades de melhoria sobre vários aspectos: acesso, permanência, organização e funcionamento das escolas rurais, propostas pedagógicas inovadoras e apropriadas, transporte, reflexão e aperfeiçoamento das classes multisseriadas, enfim, construir uma Política Nacional de Educação do campo. (BRASIL/2007) pg. 66.
Todo ser humano sonha com uma vida social digna, de respeito e cidadania, com oportunidades e garantias de vida com segurança. E esse sonho muitos acredita que através da educação tudo pode se realizar; e nesse caso os pais dos alunos buscam por melhores qualidades no ensino visando o futuro da família. Mas a vida no campo oferece poucas oportunidades, e as escolas estão distante das residências; a falta de transporte escolar dificulta a trajetória das crianças, e assim muitos terminam desistindo antes de concluir o ensino fundamental, mas citando a RESOLUÇÃO Nº 2, DE ABRIL DE 2008 no Art. 8º “O transporte escolar, quando necessário é indispensável, deverá ser cumprido de acordo com as normas do Código Nacional de Trânsito quanto aos veículos utilizados” (pg.88).
A escola que todos sonham e gostariam de ter no campo, ainda não existe no município de Medicilândia, haja vista que, os protagonistas que dizem fazer parte da política educacional do município não têm assumido com responsabilidade nos cargos que atuam. E por isso que no parágrafo 7º do PARECER CNE/CEB Nº: 23/2007 garante:
Uma política pública adequada à Educação do Campo necessita, desde logo, a adoção de ações conjuntas de colaboração e cooperação entre as três esferas do Poder Público União, Estados (mais o Distrito federal) e Municípios, com a finalidade de se expandir a oferta de Educação Básica que viabilize a permanência das populações rurais no campo. (BRASIL/2007) pg.66.   
            Quando o povo do campo cansa de esperar pelos programas e projetos do governo, acontece o êxodo rural, as famílias vão para a cidade em busca de melhorias. Mas a falta de formação e qualificação para o mercado de trabalho termina forçando morar em áreas de risco, e então leva a vida trabalhando em mão-de-obra barata, os filhos às vezes seguem caminhos ilícitos, e os pais não conseguem mais acompanhar os procedimentos educacionais dos filhos. Essa vida desordenada tem vários nomes; a desvalorização, o descaso e a falta de políticas de desenvolvimento rural para o povo do campo, afeta as escolas, o setor produtivo agrícola, as comunidades ficam sem ação e também aumenta a população na cidade, já que a maioria está abandonando suas terras para morar na cidade.

BIBLIOGRAFIA
BRASIL, Resolução nº CNC/CEB 1, de Abril de 2002. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas escolas do campo: in. Apostila Procampo: mimeo
________, PARECER CNE/CEB Nº 23/2007. Consulta referente às orientações para o atendimento da Educação do Campo: in Legislação e Diretrizes Educacionais. Apostilas Procampo. mimeo

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